FAS Notícias – O Outubro Rosa e a prevenção ao câncer de mama
Confira a fala de Isabel Cardoso, professora do curso de Psicologia da FAS e
coordenadora da Residência Multiprofissional do Hospital Albert Sabin.
O Outubro Rosa é um movimento popular mundialmente reconhecido pela luta contra o câncer de mama. Teve início nos Estados Unidos, em 1977, e o laço cor-de-rosa é o símbolo internacional da campanha. O objetivo da empreitada é sensibilizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.
Mas você sabe o que é o câncer de mama? De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), trata-se de um tumor maligno, originado pela multiplicação desordenada e exagerada de células anormais. O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano.
Para identificar o problema, são feitos exames de imagem, tais como mamografia e ultrassom, e realizado o exame físico, sendo o autoexame também incentivado. A cirurgia é o principal tratamento contra o câncer de mama, podendo ser complementada com a radioterapia e/ou quimioterapia, tratamentos que, por si mesmos, causam bastante sofrimento. As práticas de autocuidado com a saúde são requisitos importantes para reduzir as taxas de adoecimento e de mortalidade por câncer de mama.
As formas de prevenção estão relacionadas a mudanças de hábitos de vida, tais como: realizar atividades físicas regulares, evitar ingestão de bebidas alcoólicas, não fumar, evitar ganho de peso, principalmente após a menopausa, dentre outros. No Brasil, infelizmente, as taxas de mortalidade continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. De repente, chega a notícia: “você está com câncer”!
A falta de acesso à informação e a carência de recursos na área da saúde também resultam em retardo no diagnóstico. Não podemos esquecer que as intensas rotinas de trabalho somadas às atividades familiares nos fazem deixar um pouco de lado os cuidados com a saúde, encaminhando-os para o segundo plano.
Outro fator importante é não termos cuidado com as nossas emoções. No cotidiano estressante dos grandes centros urbanos, ansiedade, nervosismo, raiva, frustração e demais sentimentos negativos surgem avassaladoramente, elevando os níveis de adrenalina e cortisol, interferindo na imunidade e no controle da proliferação celular do organismo.
Há pouco espaço para falar de saúde em uma sociedade tão adoecida. Em relação à prevenção ao câncer de mama, isso acontece, dentre outros motivos, por causa da dificuldade em abordar algo cujo dimensionamento assusta, visto que até mesmo pronunciar a palavra “câncer” causa impacto, e o termo acaba sendo substituído por “aquela doença”, “doença maldita” ou, simplesmente, “CA”. Antes mesmo que você se dê conta, muitos pensamentos invadem a sua cabeça.
Mas, afinal de contas, evitar falar sobre o assunto pode nos blindar contra o câncer de mama? A resposta está nas altas estatísticas da doença, inclusive em homens, que também são alvos da enfermidade.
Infelizmente, falsas crenças ainda estão presentes na sociedade contemporânea. Uma boa qualidade de vida deve ser buscada em todos os momentos, não somente para evitar acontecimentos negativos!
Isabel Cardoso