Fim dos livros está próximo
Hoje, dia nacional do livro, data em que se comemora algo tão importante para a educação, para o entretenimento e para o saber, pensei em uma questão que muitas vezes surge nas conversas entre estudantes universitários e professores: os livros vão acabar? Eles vão mesmo ser substituídos por eletrônicos?
A colunista Cora Rónai diz que “o papel é apenas o suporte para os seus produtos. Aos poucos, em alguns casos, ele tende a ser mesmo substituído pelos ‘tablets’”. Sendo assim, quando dizemos que os livros vão acabar, estamos falando na possibilidade de que os livros “de papel” deixem de existir, mas que as suas histórias incríveis continuem acessíveis em tablets, computadores e em outros novos dispositivos eletrônicos, como os e-readers.
Um dos maiores escritores vivos e um dos mais prováveis de ganhar o prêmio Nobel neste ano, Philip Roth, afirma que “a cultura literária como conhecemos vai acabar em 20 anos. Ela já está agonizando. Obras de ficção não despertam mais interesse dos jovens, e tenho a impressão de que não são mais lidas. Hoje, a atenção é voltada para o mais novo celular, o mais novo tablet. Daqui a poucas décadas, a relação do público e do escritor com a cultura será muito diferente. Não sei como será, mas os livros em papel vão acabar. Surgirá outro tipo de literatura, com recursos audiovisuais e o que mais inventarem”.
AFINAL, OS LIVROS VÃO MESMO ACABAR?
Para os amantes de livros isso pode parecer um pouco preocupante, mas há quem aprove a substituição do papel pelo meio eletrônico, como Cris Ferreira, do blog Vida Sem Papel: “Ainda tenho livros de papel, mas ao aderir aos ebooks, tenho economizado tanto em espaço físico para guardá-los quanto em dinheiro para comprá-los”, afirma. A colunista Cora Rónai, entretanto, afirma que os livros não vão acabar: “há livros que só funcionam em papel. Há prazeres que só se tem com o papel. (…) Gosto também de folhear um livro (…) sem falar do cheiro inigualável dos livros em papel”. É, ao que tudo indica, os livros não vão acabar mesmo.
Uma pesquisa, citada pelo jornal “Financial Times”, para surpreender ainda mais, afirma que a maioria dos adolescentes prefere os livros de papel: “Contrariando expectativas do mercado, as vendas de títulos impressos vendidas nas principais livrarias dos EUA, Reino Unido e Austrália subiram em 2014.
O fato é que, cada suporte, papel ou eletrônico, tem as suas qualidades. Não creio que os digitais irão tomar o lugar dos livros de papel, sendo os culpados por sua extinção. A fotografia, por exemplo, não acabou com a arte, e a televisão não extinguiu o rádio. Todos continuam existindo e se transformando, assim como trazendo sempre novidades.
Fontes: Observatório da Imprensa, Época, Vida Sem Papel, O Globo.
Imagem: Serendipity