Qual livro marcou a sua infância?
Em homenagem à Semana Nacional do Livro Infantil, conheça as obras que marcaram a época de criança dos professores, alunos e colaboradores da Faculdade Ari de Sá
A história da simpática lesma que fazia tudo devagarinho foi uma das que mais me marcou na infância. O livro “Lúcia Já-Vou-Indo”, da escritora e ilustradora Maria Heloísa Penteado, entrou na minha vida por meio da minha mãe, que me contou a narrativa milhares de vezes até eu aprender a ler. Lembro-me de ficar fascinada com as ilustrações, em especial com a página dupla em que Lúcia tropeça na pedra a caminho da festa. Mas o mais importante foi a mediação da minha mãe, uma recordação inesquecível da minha infância, eu e ela sentadas no sofá e mamãe proferindo o texto para mim e me mostrando as imagens. Era uma delícia segurar o livro, eu tão pequena me considerando uma grande leitora. São momentos únicos de muito amor e carinho, que, de uma forma ou de outra, me fizeram apreciar e me apaixonar pela literatura.
Diana Figueiredo, bibliotecária
Apesar de hoje entender que o autor tinha muitos ideais polêmicos, a série “Sítio do Picapau Amarelo”, composta por vinte e três volumes de literatura fantástica de Monteiro Lobato, marcou muito a minha infância, mais especificamente o livro “Memórias da Emília”. Era impossível não gostar daquela boneca de pano sapeca e falante, pois, afinal, toda criança queria uma Emília para si. Era uma leitura leve, que nos levava a grandes diversões nas aventuras do sítio. Um verdadeiro estímulo para a imaginação e para a criatividade.
Ivna Capistrano, aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo
Durante a infância, vários livros me chamaram a atenção por diversos motivos. Um dos que mais me lembro é “Pinote, o fracote e Janjão, o fortão”, que conta as aventuras de um grupo de crianças liderado, à força, por Janjão, que acabou sendo vencido por Pinote, o mais fraco do grupo, ao mostrar que, mesmo com a força, não se pode controlar tudo, como, no caso, o pensamento das outras pessoas. Essa curta historinha infantil me marcou, pois me fez, na época, entender como mesmo o mais fraco pode ser forte e o mais forte pode ser fraco, e que, em nenhum dos casos, se pode controlar tudo.
Diego Pinheiro, aluno do curso de Psicologia
O livro que mais marcou a minha infância se chama “Biba e Biliu”, de 1988. Não é nada conhecido, nem um clássico literário, porém, em suas trinta e duas páginas, com frases curtas, carrega uma mensagem sobre aceitar as diferenças de gosto, forma, cores e classes. Essa diversidade é muito necessária e importante, especialmente em nosso contexto atual, marcado por tanta intolerância. Tenho trazido os ensinamentos da obra para toda a minha vida.
Ravenna Dias, aluna do curso de Direito
O livro “Percy Jackson e o Ladrão de Raios” conta a história de um semideus, filho de Poseidon, que é acusado de ter roubado o Raio-Mestre de Zeus e o elmo das trevas de Hades. Na história, Percy é levado ao acampamento Meio Sangue, onde faz grandes amizades com Grover, o sátiro, e Anabeth, a filha de Atena. Este livro, que faz parte de uma coletânea de cinco obras, marcou a minha infância, quando eu passava horas nesse mundo mitológico fantástico, cheio de aventuras, de didática leve e juvenil. Sabe aquele livro que, quanto mais você lê, mais você quer conhecer a história? Pois essa obra é, sem dúvidas, uma ótima escolha pra quem quer ter uma imersão completa nesse universo da mitologia grega, que faz uma perfeita comunhão entre o poder dos deuses e a capacidade dos semideuses (filhos de deuses com humanos), dentro de uma história completamente atual. Além desse primeiro livro, recomendo a saga inteira, pois a leitura vale a pena.
Renan Menezes, aluno do curso de Engenharia Civil
Um dos livros que mais marcou a minha infância é um clássico paradidático, adotado por muitos anos na escola em que estudei boa parte da minha vida, chamado “Cazuza”. O texto, do autor Viriato Correia, retrata a história de Cazuza, um menino simples, do interior do Maranhão, cujo maior sonho era entrar na escola. Ver suas inseguranças e medos ao adentrar em um mundo novo me incitaram a ter coragem para enfrentar minhas próprias dificuldades. Além disso, Cazuza critica, à sua maneira, o modelo de educação engessado e punitivo da época, despertando um senso crítico que influenciaria, inclusive, minha carreira enquanto professor.
Leonardo Holanda, professor do curso de Psicologia
O livro que marcou a minha infância foi “O Menino Maluquinho”, do autor Ziraldo Alves. A obra foi muito significativa pra mim, pois o Menino Maluquinho sabia aproveitar o tempo como ninguém e não tinha medo de viver a infância e todas as suas possibilidades. Mas o que se destacava, na minha visão, era a personalidade dele, um menino muito alegre e amado! Nada o impedia de arranjar um jeito de se divertir, nem um tempo chuvoso ou um dia muito frio. E, por fim, a mensagem que traz um exemplo para todos nós é: uma criança amada se torna um adulto muito legal e mais feliz.
Cibele Pereira, assistente de coordenação
Livros sempre estiveram presentes na minha vida, mas lembro com carinho do meu período de alfabetização, pois iríamos homenagear o autor Ziraldo, e foi daí que me apaixonei por suas histórias, em especial “O Menino Maluquinho”. Eu me divertia muito com as danações dele e desejei fazer parte de sua turma, mas o mais importante é que a leitura desse livro me despertou a vontade de sentir as mesmas sensações com tantas outras histórias. Tive a oportunidade, naquele ano, de ir para a Bienal do Livro pra ver Ziraldo ao vivo. O livro autografado eu já não tenho mais, mas as lembranças, com certeza, estão bem guardadas.
Graziela Baltazar, aluna do curso de Psicologia
O livro que mais marcou a minha infância foi “Pollyanna”, de Eleanor Porter. Na verdade, ele foi muito estruturante para a minha vida como um todo, pois, por meio do “jogo do contente” que a personagem aplicava, resolvi também fazer o mesmo. Para quem não conhece, esse jogo consiste em enxergar as situações mais adversas com otimismo, não importando o quão difícil elas sejam, o que me tornou uma pessoa resiliente. Lembro-me de um episódio específico: estava sofrendo muito com a ausência do meu pai, então decidi escrever tudo de bom que vivi com ele: viagens, presentes, quando ele me escondia da minha mãe para eu não tomar banho, etc. Então, todas as vezes em que me sentia triste, eu lia e relia meus escritos. Resumindo: a dor se transformou em uma saudade que me faz sorrir ao reviver esses momentos maravilhosos. Que possamos ser mais Pollyanna e que nossa tendência seja a de lembrar mais facilmente de coisas agradáveis em detrimento dos dissabores. Viva o “jogo do contente”.
Roberta Brandão, professora do curso de Direito